Speed-Reading - Leitura-Rápida - terceira parte

Esta é a terceira parte do artigo sobre Speed-Reading - a penúltima parte. Aqui vou-vos falar das técnicas utilizadas na leitura-rápida.


TÉCNICAS PARA LER (MAIS) RÁPIDO


PRIMEIRO: Aumenta o teu nível de confiança com a velocidade de leitura.
O que é que isto significa? Basicamente vamos compara isto com um carro de fórmula 1. Imaginemos que o carro consegue andar a mais de 300 quilómetros por hora (confesso que não sei a velocidade máxima de um carro de F1, mas, segundo a Wikipédia, conseguem atingir velocidades superiores a 300 km/h), vocês, como pilotos, não irão começar a andar a 300km/h logo da primeira vez que conduzirem o carro... Irá haver um período de adaptação, um período em que se irão adaptar a andar num carro, cada vez a velocidades maiores. Com a leitura é exactamente o mesmo. Ninguém começa por ler 1000 palavras por minuto, e, como já tinha dito antes, começamos sempre devagar - isto é a história (muito básica) do bebé, que irei explicar no final do artigo.
O mais importante neste momento é entenderem que ninguém começa por fazer nada de uma forma perfeita. Temos de começar devagar e alargando o nosso nível de confiança também devagar.
Comecem por ler poucas palavras por minuto (cerca de 60) e depois passem a 120 palavras por minuto. Aumentem um bocado a fasquia, cada vez que lerem. Um dia, em vez de lerem um livro de 100 páginas numa hora, conseguirão lê-lo em menos de 30 minutos.




SEGUNDO: Encarem os livros como uma mina cheia de minério, não de ouro.
Um livro pode ser publicitado a oferecer "ouro", mas para chegarem a esse ouro (muitas vezes em pouquíssimas quantidades), terão de escavar por muitas toneladas de minérios, muito menos valiosos, ou ganga. Quando começarem a ler (mais) rápido, têm também de aprender a procurar pelo ouro, têm de saber evitar a ganga que encontrarem.


TERCEIRO: Parem de vocalizar.
Vocalizar, neste caso, utilizarei para definir aquilo que tanta gente faz. Parem de mexer a boca enquanto leêm (sim, desde que me lembro que escrevo em português, não o vou deixar de fazer agora. Para mim é "leêm" e não "lêm"...), ou até de "ler em voz alta" ou até mesmo em voz baixa. Leiam para vocês, com a voz interior, aquela que ninguém ouve. Deixem que o livro "seja absorvido" directamente pelos vossos olhos, deixando assim de passar pela vossa boca ouvidos. Não são precisos intermediários nestas situações!~


QUARTO: Utilizem o vosso indicador como guia.
Sei que parece uma coisa do ensino primário, mas torna-se mais fácil para vocês, se tiverem algo a ajudar os vossos olhos (pelo menos no inicio) a não se perderem.


QUINTO: Parem de olhar para trás.
Toda a gente quando passa por uma palavra menos fácil/mais difícil, tem tendência para voltar atrás e ler a palavra outra vez, mesmo que não tenhamos noção que o fazemos. Evitem fazer isto ao máximo. Se não acreditam que fazem isto, perguntem a alguém se vos pode observar a ler um texto e contar as vezes que os vossos olhos"andam" para trás e para a frente. Ler um livro é tal e qual ver um filme. Não voltem atrás no filme, deixem que o filme flua e de certeza que irão perceber aquilo que não conseguiram apanhar antes.


SEXTO: Utilizem a vossa visão periférica.
Os vossos olhos conseguem movimentar-se devido a certos músculos, e, como todos os músculos, podemos treiná-los para fazerem aquilo que quisermos. É tal e qual como irmos ao ginásio, apenas mais simples... Virar os olhos de um lado para o outro demora tempo, e se conseguirmos utilizar a nossa visão periférica poupamos tempo. Mesmo que seja um ou dois segundos por página, num livro de 300 páginas, são cerca de 5 minutos...


SÉTIMO: Aprendam a ler as palavras-chave.
Não, não serve para aceder a ficheiros encriptados ou a contas de e-mail dos nossos amigos, mas para nos fazer (mais uma vez) poupar tempo.
Cerca de 40 a 60%  das palavras num texto não são importantes, nem críticas para reter a informação. Se pegarmos nas palavras-chave e as colocarmos isoladas, conseguiremos reter essa informação na mesma. Para ganharmos ainda mais tempo, apenas temos de pegar nas palavras-chave (com tempo e muito treino o nosso cérebro irá conseguir fazê-lo automaticamente) e deixar que o nosso cérebro complete a informação que ali falta...

OITAVO: Eliminem as paragens (descansos para os olhos).
Quando lemos um texto fazemos  inúmeras paragens. Descansamos os olhos inúmeras vezes. Se conseguirmos ler "periferalmente" (eu sei que não é uma palavra), os nossos olhos não irão ficar tão cansados, estas paragens irão acabar, e, mais uma vez, iremos poupar muito tempo.


NONO: Façam pausas.
Sei que parece um paradoxo, mas estudos confirmam que as pausas servem para aumentar a produtividade.
Se fizermos uma pausa de 5/10 minutos de hora em hora, iremos manter o nosso desempenho. Sem essas pausas iremos ficar cansados mais rapidamente e perder mais facilmente a nossa concentração. Essas pausas serão como o nosso sono (finalmente uma metáfora com sentido!), se não dormirem durante dois dias/noites - isto significará fazerem duas directas seguidas - irão ficar rabugentos, sem paciência, sem concentração, etc. Tal como a privação do sono, a privação das pausas, por mais curtas que sejam, irão ter impacto no nosso estudo...




DÉCIMO: Definam uma meta temporal - prazo.

Nem sei se essa expressão existe, mas pensem na quantidade de páginas que têm para ler e no tempo em que as querem ler. Por exemplo poderão querer ler 60 páginas por hora (pph) que irá corresponder a 1 página por minuto (ppm). Em média, irão ler cerca de 250 palavras por minuto. Um livro de 300 páginas irá  demorar pouco mais de 5 horas a ser lido (INCLUINDO PAUSAS). Ou então que tal 100 pph? Isto corresponderá a 1.7 ppm. Aí, o vosso livro de 300 páginas apenas demoraria cerca de 3 horas a ser lido... Se conseguirem cumprir o prazo pré-estabelecido, recompensem-se, ou com uma bolacha, ou com um gelado... Qualquer coisa que valha a pena lerem a uma velocidade superior à normal...


















Quanto à história do bebé...
Um bebé nasce. Com 7/8 meses tenta caminhar, mas cai... Depois tenta outra vez e consegue. Com 11/12 meses tenta caminhar, mas cai. Levanta-se, tenta outra vez e consegue. Mais tarde, talvez com 2/3 anos, aprende a correr, mas mesmo já andando há 2 anos, ainda vai cair algumas vezes... Moral da história: Quando começamos com alguma coisa nova, temos de começar muito devagarinho, e ir aumentando a dificuldade APENAS quando já dominarmos a etapa anterior.

--------------------------------------------------------------------FIM DA 3ª PARTE--------------------------------------------------------------------

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